Banco Central Europeu: vai oficialmente emitir "euro digital"

O Banco Central Europeu anunciou recentemente que o projeto “euro digital” entrou na próxima fase: se a legislação relevante for aprovada em 2026, espera-se que o piloto comece em 2027 e a emissão oficial em 2029.

Para as moedas digitais, stablecoins e projetos de criptomoeda na cadeia de pagamentos, isso é sem dúvida uma bomba de grande impacto — não apenas sinaliza a materialização da era das moedas digitais emitidas pelo Banco Central (CBDC), mas também implica que o ecossistema tradicional de stablecoins, serviços de pagamento em cadeia e infraestrutura financeira em blockchain podem ser reconfigurados.

Este artigo irá partir da declaração mais recente para analisar profundamente seu caminho de desenvolvimento, impactos chave e oportunidades de investimento.

01 “Euro Digital” cronograma

De acordo com o anúncio oficial do BCE de 30 de outubro:

A fase de investigação (2021-2023) foi concluída.

Atualmente, estamos na “fase de preparação” (início em novembro de 2023), com foco em: preparação técnica, interação com os participantes do mercado (prestadores de serviços de pagamento, comerciantes, usuários) e suporte regulatório.

O cronograma futuro é o seguinte:

2026: A aprovação da legislação da UE é uma condição prévia.

Meio de 2027: possível lançamento de negociações piloto e testes iniciais com usuários.

2029: Se tudo correr bem, o euro digital poderá ser emitido pela primeira vez e entrar no cenário de pagamentos públicos.

O oficial enfatiza: o euro digital não é uma substituição ao dinheiro, mas sim uma forma digital que “complementa o dinheiro”, com o objetivo de fortalecer a posição da Europa em pagamentos digitais, soberania monetária e concorrência financeira.

02 Por que promover agora, qual é o significado?

Mudança no padrão de pagamento: Com o surgimento de transações online, pagamentos móveis e pagamentos digitais transfronteiriços, o uso de dinheiro continua a diminuir.

O Banco Central Europeu acredita que, se não forem lançadas moedas digitais do banco central, a posição da moeda pública pode ser marginalizada por stablecoins privadas ou sistemas de pagamento no exterior.

Finanças soberanas + autonomia de pagamento: a zona do euro atualmente depende bastante de sistemas liderados pelos Estados Unidos (Visa, Mastercard) e de stablecoins denominadas em dólares.

O euro digital é visto como uma ferramenta para fortalecer a “soberania monetária” da Europa.

Plataforma de inovação em infraestruturas financeiras: o projeto do euro digital enfatiza “padrões abertos”, “cooperação público-privada” e “plataforma de inovação”, criando novas oportunidades para prestadores de serviços de pagamento, comerciantes e FinTech.

03 Quais criptomoedas/projetos serão profundamente afetados?

Segue uma lista de algumas categorias de projetos que podem ser afetados de forma passiva ou ativa, para a sua atenção.

Ecossistema de stablecoin

Se o euro digital for amplamente adotado, os cenários de utilização do dólar ou de outras stablecoins criptográficas na zona do euro podem ser reprimidos.

Projetos como Tether (USDT) e USDC podem enfrentar pressão regulatória ou de concorrência nas operações na Europa.

Ao mesmo tempo, também pode dar origem a “stablecoins europeias”, como stablecoins em conformidade com a zona do euro ou tokens digitais emitidos por bancos.

Infraestrutura de pagamento em cadeia／carteira／fintech

Os prestadores de serviços de pagamento (PSP), aplicações de carteira e ferramentas de integração de comerciantes encontrarão novos “pontos de penetração” no ecossistema do euro digital.

Carteiras de criptomoedas e plataformas de pagamento em blockchain como Solana e Avalanche podem participar de “pontes tecnológicas”, mas também enfrentam a concorrência liderada pelo Banco Central.

Se o projeto conseguir colaborar antecipadamente com a infraestrutura de pagamento/moeda digital do Banco Central, terá uma vantagem inicial.

Infraestrutura financeira de blockchain／plataforma de tokenização

O euro digital, como “dinheiro digital de código aberto”, entra na blockchain, podendo impulsionar a tokenização de ativos (por exemplo, ações em blockchain compatíveis na Europa de um dia para o outro, as ações em blockchain estão em alta!) e seu desenvolvimento adicional.

Projetos correspondentes, como plataformas de infraestrutura de tokenização compatíveis e focadas na tokenização de ativos, irão beneficiar-se.

Ao mesmo tempo, a cadeia financeira em conformidade (como banco + cadeia + regulamentação) irá amadurecer rapidamente, exercendo pressão de adaptação regulatória sobre projetos puramente descentralizados.

A conformidade dos ativos em blockchain é uma grande tendência

As bolsas de criptomoedas, plataformas de pagamento transfronteiriço, emissores de stablecoin e outros, se não se adaptarem à tendência das moedas digitais do Banco Central, poderão tornar-se objetos de “substituição”.

Em contrapartida, os projetos que conseguem integrar-se no ecossistema das moedas digitais do Banco Central, oferecer produtos em conformidade ou tornar-se provedores de infraestrutura, poderão alcançar avanços.

04 Potencial “efeito dominó” no mercado de criptomoedas da China/global

Perspectiva global: a zona do euro, como a segunda maior zona monetária do mundo, se a implementação do euro digital for bem-sucedida, fornecerá um “modelo” para outros Bancos Centrais (como os da Ásia e da América Latina), acelerando ainda mais a onda das CBDCs.

Para o mercado chinês: A China já tem um projeto piloto com o yuan digital (e-CNY), estando na vanguarda da corrida global dos Bancos Centrais. O avanço do euro digital pode acelerar a unificação regulatória global e a implementação de normas para moedas digitais dos bancos centrais.

O modelo de emissão da CBDC entre a China e a Europa terá certamente um confronto com o modelo de stablecoins altamente mercantilizado dos Estados Unidos.

Estou muito curioso, quem será que vai sorrir por último~