Antecipar o Próximo Ciclo de Mercado: A Dinâmica do Boom da Polymarket e Oportunidades para Investidores Iniciais

Análise dos Mercados de Previsão Cripto em 2025

Em 2025, os mercados de previsão cripto conquistaram uma atenção sem precedentes, impulsionada por vários fatores. O ciclo eleitoral norte-americano, o avanço da inteligência artificial e a incerteza macroeconómica global foram catalisadores de destaque, atraindo investidores e meios de comunicação. Olhando para as eleições presidenciais dos EUA em 2024, os volumes de negociação nestes mercados aumentaram significativamente: em julho de 2024, o volume transacionado na Polymarket aumentou cinquenta vezes em relação ao mesmo período de 2023, com quase 99% das operações centradas em mercados ligados às eleições presidenciais. Este aumento resultou não só da procura tradicional por apostas, mas também do fluxo contínuo de temas gerados por eventos políticos (eleições, geopolítica, dados económicos) e avanços tecnológicos (marcos de IA como ChatGPT, GPT-4).

Os investidores institucionais seguiram esta tendência: em outubro de 2025, a empresa-mãe da NYSE anunciou um investimento de 2 mil milhões $ na Polymarket, elevando o seu valor para cerca de 8 mil milhões $. A Polymarket estabeleceu parcerias com a MetaMask e com a X (antigo Twitter) para integrar dados de previsão em aplicações sociais, ampliando ainda mais a sua influência. Globalmente, à medida que se intensificaram os acontecimentos políticos e as incertezas aumentaram devido à volatilidade dos mercados financeiros e à IA, a procura por mercados de previsão subiu em flecha, acompanhada por uma subida paralela do tráfego de dados e da atenção mediática.

Fonte: https://x.com/wallstengine/status/1975537185458954432

A imagem acima apresenta uma faixa promocional da Polymarket exposta à porta da Bolsa de Nova Iorque, simbolizando o crescente interesse dos gigantes financeiros tradicionais nos mercados de previsão. A natureza on-chain da plataforma e a transparência informativa permitiram-lhe afirmar-se rapidamente junto do público mainstream. Meios de comunicação e institutos de investigação de referência internacional começaram também a basear-se em dados destes mercados: os estudos mostram que, face às previsões tradicionais das sondagens, os mercados de previsão oferecem frequentemente projeções mais rápidas e precisas dos resultados eleitorais. No entanto, a incerteza regulatória acrescenta um fator de risco ao setor. No segundo semestre de 2024, a US Commodity Futures Trading Commission (CFTC) propôs banir a negociação de previsões de eventos políticos nos EUA, tendo alguns membros do Congresso apelado mesmo à abolição desses mercados, o que aumenta a pressão de conformidade sobre as plataformas dependentes do tráfego eleitoral. No geral, perante um progresso duplo—por um lado, as inovações sociais e descentralizadas baixam as barreiras de entrada; por outro, o processo de conformidade acelerado atrai capital tradicional—os mercados de previsão estão à beira de uma explosão e a consolidar-se como instrumento financeiro mainstream.

Contexto Macro: Ciclo Político, Onda de IA e Volatilidade Financeira

A popularidade dos mercados de previsão resulta do impacto conjunto de diversos fatores macroeconómicos. Desde logo o ciclo político: eleições presidenciais dos EUA, legislativas intercalares e grandes acontecimentos políticos por todo o mundo geram grande mediatismo, oferecendo aos mercados de previsão temas abundantes para negociação. Na véspera das eleições dos EUA em 2024, os volumes atingiram máximos históricos, com a Polymarket a registar sozinha um volume mensal de 360 milhões $, cinquenta vezes a sua média anual de 2023. No mesmo período, esperava-se que o investimento em campanhas para o Congresso dos EUA rondasse os 16 mil milhões $, espelhando o elevado interesse e entusiasmo social pelos desfechos políticos. Da mesma forma, as incertezas macroeconómicas globais—inflação, política monetária, conflitos geopolíticos—continuam a gerar mercados temáticos, atraindo capital e informação. Em paralelo, o desenvolvimento da inteligência artificial: desde o lançamento de modelos como o ChatGPT e o GPT-4, as previsões sobre novos modelos ou avanços tecnológicos em IA tornaram-se temas de destaque. Nas plataformas de previsão, aposta-se em eventos como “Quando será lançado o ChatGPT-5” ou “Implementação de políticas globais de regulação de IA”, sendo cada vez mais valorizadas as funções de eficiência informativa e cobertura de risco. Por fim, a volatilidade dos mercados financeiros fornece estímulo adicional. Em fases de grande oscilação nos mercados cripto, ações e outros ativos, os investidores preferem utilizar mercados de previsão para cobertura de risco ou expressão de pontos de vista, em vez de negociar diretamente ativos voláteis. Em síntese, eleições, avanços em IA e a dinâmica financeira global criaram em 2025 o terreno fértil para o florescimento dos mercados de previsão, tornando-os um polo de atração de capital e tráfego.

Análise de Caso: Mecanismo da Plataforma Polymarket e Eventos Representativos

Fonte: https://polymarket.com/

Como maior mercado de previsão on-chain atualmente, a estrutura da Polymarket e os seus mercados-tipo justificam uma análise detalhada. Desde logo, o seu mecanismo: a Polymarket opera na Polygon da Ethereum, liquidando todas as transações em USDC. Adota principalmente contratos binários (Sim/Não)—cada evento oferece dois desfechos possíveis, “Sim” ou “Não”, e os utilizadores podem comprar ações de qualquer um até ser conhecido o resultado. O preço de compra reflete a probabilidade de mercado desse desfecho; se comprar “Sim” custa 70 cêntimos, o mercado avalia a probabilidade em cerca de 70%. Para garantir eficiência, a Polymarket utiliza um sistema híbrido: no modo Central Limit Order Book (CLOB), as ordens são casadas off-chain e liquidadas on-chain, permitindo submissão de ordens limitadas ou aceitação de ordens de mercado; simultaneamente, a plataforma oferece um formador de mercado automatizado semelhante a AMM, assegurando liquidez mesmo em mercados mais ilíquidos. Após a divulgação do resultado, o pagamento utiliza o oráculo otimista do protocolo UMA: em caso de disputa, os detentores do token UMA votam para determinar o desfecho final. Em termos de incentivos, a Polymarket cobra uma comissão de 2% sobre as apostas ganhas, premiando os fornecedores de liquidez. Até ao momento, a plataforma atribuiu milhões de USDC a estes fornecedores, reforçando a profundidade do mercado.

Os mercados de eventos representativos multiplicam-se: mercados eleitorais, como as presidenciais dos EUA em 2024 e eleições locais em 2025 em vários países, lideram o tráfego da Polymarket; os preços de criptomoedas são também temas recorrentes. Por exemplo, mercados sobre o intervalo de preços do Bitcoin em datas específicas (ver gráfico) evidenciam quase 100% de preferência pelos movimentos do Bitcoin, refletindo as atuais expectativas de correção; há mercados semelhantes para outros criptoativos como Ethereum e Solana (conforme ilustrado pelo gráfico dos intervalos de preço do Bitcoin e Solana). Eventos macroeconómicos, como decisões de taxas da Reserva Federal e previsões de inflação, são também comuns (como o mercado “A Fed vai cortar taxas em outubro”, com 91% de probabilidade de aposta na redução), mostrando que temas financeiros tradicionais também são contemplados. Para acontecimentos sociais e de última hora, surgem questões como “Quando vai Israel declarar cessar-fogo?” ou “Quem será o primeiro CEO de uma empresa Fortune 500?”, revelando a versatilidade da Polymarket. Estes mercados mostram que a plataforma oferece ferramentas de previsão que abrangem política, finanças, tecnologia, desporto e cultura, permitindo aos utilizadores apostar de acordo com os seus conhecimentos e interesses.

Lógica Económica da Informação: Descoberta de Preço e Sabedoria Coletiva

O verdadeiro valor dos mercados de previsão reside na sua função de descoberta de preços e de agregação de sabedoria coletiva. Economistas apontam estes mercados como mecanismos de agregação de informação, semelhantes ao processo de “preço enquanto transmissor de informação” descrito por Hayek. Cada participante aposta com base nos seus dados e modelos, comprando um resultado quando acredita que a probabilidade real de ocorrência é superior à indicada pelo mercado. Este mecanismo de “aposta aproxima-se da verdade” ajusta os preços para cima ou para baixo, aproximando-os gradualmente da probabilidade real do evento. Por exemplo, se o mercado atribui 55% de hipótese de vitória a um candidato, mas um participante estima 70%, tem incentivo para comprar abaixo do valor que considera justo, acabando por elevar o preço para um patamar mais adequado. Tal como referem os especialistas da a16z, “Os preços nos mercados de previsão refletem o consenso probabilístico dos participantes”, sendo muitas vezes mais sensíveis do que as sondagens tradicionais. Dados históricos apoiam esta ideia: investigações do Iowa Electronic Markets (IEM) da Universidade de Iowa mostram erros de previsão muito inferiores aos das sondagens tradicionais.

Num patamar mais elevado, os preços nos mercados de previsão concentram a informação dispersa de todos os participantes. As experiências, modelos e interpretações de notícias de cada agente ficam “incorporadas” nos preços através da negociação, gerando estimativas probabilísticas mais objetivas do que qualquer visão individual. Como sublinhava Hayek, os mecanismos de mercado captam conhecimento disperso em múltiplas mentes, e a informação refletida nos preços ultrapassa frequentemente a perceção individual. Esta sabedoria coletiva faz dos mercados de previsão instrumentos previsionais extremamente precisos em muitas situações: em eleições presidenciais recentes, vários mercados de previsão sinalizaram antecipadamente a vitória de Trump, antes das sondagens. Importa notar que a característica dos preços refletirem probabilidades acarreta também risco de perda impermanente: quando a probabilidade de um desfecho se aproxima de 0% ou 100% (preço próximo de 0 ou 1 dólar), os fornecedores de liquidez que apostam no lado oposto podem sofrer perdas significativas. Por isso, alguns mercados de previsão recompensam os formadores de mercado para manterem a liquidez ativa.

Modalidades de Participação dos Utilizadores e Oportunidades de Airdrop

O acesso dos utilizadores comuns aos mercados de previsão é simples; basta possuir uma carteira de stablecoins para apostar ou fornecer liquidez. Na Polymarket, por exemplo, é suficiente ligar a carteira e depositar USDC para negociar em qualquer mercado aberto; a Polymarket permite ordens via central limit order book ou AMM. Para além da negociação direta, alguns mercados de previsão lançaram programas de airdrop ou recompensas para atrair utilizadores precoces. Circulam rumores sobre a emissão do token de governação {$POLY} pela Polymarket. A análise aponta que, com 1,35 milhões de traders ativos, se a distribuição de tokens for feita em função do grau de participação, o airdrop poderá superar todos os anteriores. Por exemplo, dados mostram que só 0,51% dos endereços na Polymarket têm lucros superiores a 1 000 $, mas a atividade global é muito elevada, podendo centenas de milhares ser elegíveis em caso de airdrop. Por isso, quem participa precocemente na Polymarket deve acompanhar atentamente a evolução do lançamento de tokens.

De igual forma, o protocolo Azuro, como camada base, desenhou mecanismos claros de recompensa para os primeiros utilizadores. O programa comunitário de airdrop da Azuro distribui tokens {$AZUR} em fases: a primeira ronda abrangeu mais de 45 600 endereços, num total de 60 milhões. A Azuro atribui “pontuações Azuro” conforme o comportamento dos utilizadores nas aplicações do ecossistema (apostas, provisão de liquidez, reporte de bugs, etc.), distribuindo tokens de forma linear segundo a pontuação. Ou seja, apostar frequentemente no ecossistema Azuro, fornecer liquidez de longo prazo e participar em testes comunitários pode aumentar substancialmente a fatia de airdrop. Após receber os tokens, é possível optar por staking para obter multiplicadores de recompensa e futuras recompensas de inflação. Por sua vez, o Zeitgeist, como projeto de previsão no ecossistema Polkadot, distribuiu o token nativo {$ZTG} através de rondas iniciais e recompensas comunitárias. A participação futura na criação de mercados on-chain, apostas ou governação pode proporcionar benefícios adicionais.

As principais formas de participação dos utilizadores são:

• Apostas e negociação direta na plataforma
• Fornecimento de liquidez aos mercados
• Participação na governação e em atividades da comunidade

Com o desenvolvimento dos projetos, é expectável que tokens como POLY, AZUR, ZTG, etc., sejam atribuídos a utilizadores ativos por via de airdrops, pools de incentivos, recompensas de staking e outros mecanismos. Por isso, quem quiser aproveitar oportunidades iniciais deve apostar e interagir mais: participar em eventos populares na Polymarket ou investir e fornecer LP em aplicações do ecossistema Azuro pode aumentar as hipóteses de receber tokens no futuro. Além disso, partilhar previsões e reportar bugs em redes sociais e comunidades pode elevar o “nível de contribuição” e garantir recompensas extra. Importa, contudo, conhecer as regras e riscos de cada plataforma, como as restrições para utilizadores dos EUA na Polymarket e as datas de registo instantâneo na Azuro, para garantir elegibilidade e operar em segurança.

Fonte: https://cointelegraph.com/news/gambling-on-polymarket-profitability-data-revealed

A imagem acima representa a distribuição do volume de negociação e da rentabilidade dos utilizadores da Polymarket, com base em dados on-chain. Apesar do elevado número de utilizadores ativos, só uma pequena fração obteve retornos elevados (gráfico à direita), com a maioria dos traders a registar perdas ligeiras. Isto sublinha a importância da participação precoce em airdrops e recompensas: obter retorno pelo contributo, e não pelo jogo especulativo, será a estratégia-chave para quem pretende estar no mercado a longo prazo.

Análise Comparativa e Tendências Futuras: Kalshi, Manifold, Omen e Outros

Além da Polymarket, vários projetos no setor dos mercados de previsão distinguem-se pelas suas especificidades. A Kalshi é uma plataforma norte-americana plenamente compliant: tem aprovação da CFTC e pode operar em todos os 50 estados. Ao contrário das plataformas on-chain, só aceita USD, sendo que os utilizadores compram e vendem “contratos de eventos” liquidados pela bolsa. O formato mantém-se em opções binárias “sim/não”, abrangendo temas de indicadores económicos (inflação, emprego), eleições, desporto e preços de criptoativos. A plataforma conta com o apoio de VCs como Sequoia Capital e Paradigm, com financiamento superior a 260 milhões $ e valorização de 2 mil milhões $. Conta ainda com conselheiros como Brian Quintenz (ex-CFTC) e Donald Trump Jr., reforçando a sua expansão e conformidade. As principais diferenças face à Polymarket são a conformidade e o público: a Kalshi foca-se em instituições e retalho dos EUA, com liquidez concentrada, enquanto a Polymarket opera on-chain, orientada para utilizadores globais e ecossistemas descentralizados, havendo ainda a expectativa de emissão de tokens.

A Manifold Markets (ex-Manifold.xyz) segue um modelo distinto. É uma plataforma de previsões sociais onde se aposta com uma moeda virtual (“Mana”). Inicialmente, permitia apostas reais (“Sweepcash”), mas esta funcionalidade terminou em março de 2025. Utiliza um AMM à semelhança do Uniswap (“Maniswap”) para liquidez, permitindo negociação sem grandes investimentos. A Manifold aposta num ambiente comunitário e académico, promovendo conferências offline e atraindo especialistas como Nate Silver e Robin Hanson. Assim, é um produto que alia ciência e entretenimento, não envolve ganhos financeiros reais e não depende de regulação ou capital significativo.

A Omen, desenvolvida pela equipa Gnosis sobre o framework Conditional Tokens, é uma plataforma totalmente descentralizada e multi-chain. Permite criar mercados com múltiplos desfechos e contratos de cobertura, com liquidez via formador de mercado automatizado (semelhante ao Balancer). Não cobra comissões e opera integralmente por smart contracts. Está disponível em chains compatíveis com Ethereum, como a Gnosis Chain, e as apostas fazem-se em stablecoins ou tokens nativos. Ao contrário de outros projetos, a Omen não tem token próprio (apenas ETH, DAI, OWL, etc. como colateral), destacando-se pela segurança, fiabilidade e permissões abertas, permitindo a qualquer utilizador desenvolver aplicações de previsão. Manifold e Omen representam paradigmas comunitários e descentralizados, em claro contraste com o perfil profissional da Polymarket/Kalshi.

No horizonte, espera-se que os mercados de previsão integrem profundamente IA, governação e DeFi. Por um lado, a IA poderá aumentar a eficiência destes mercados: agentes de IA podem analisar dados em tempo real, identificar desinformação e ajustar odds; por outro, os dados dos mercados de previsão podem fornecer indicadores de sentimento social em tempo real para modelos de IA, úteis para decisões macroeconómicas ou gestão de risco. Mais projetos poderão adotar governação comunitária via DAO. Por exemplo, se a Polymarket emitir tokens, os detentores poderão decidir sobre a criação de mercados, comissões e resolução de disputas. No futuro, poderemos ver modelos onde smart contracts de IA e DAOs se combinam, permitindo a bots de IA ajustar automaticamente parâmetros de liquidez ou configurar fundos de risco. No plano DeFi, os contratos destes mercados podem ser novos derivados financeiros: bolsas e investidores poderão criar índices ou carteiras de cobertura, surgindo ainda produtos inovadores como cofres de oráculo e opções de previsão, expandindo o ecossistema DeFi. Segundo a análise do setor, o futuro dos mercados de previsão dependerá da sua integração em ferramentas institucionais, governação conforme e melhoria da precisão via IA. Se estas condições forem asseguradas, poderão afirmar-se como infraestruturas financeiras mainstream, ao serviço da decisão de investimento e da formulação de políticas públicas.

Conclusão

Os mercados de previsão vivem uma nova fase de desenvolvimento. A popularidade da Polymarket resulta de tendências políticas e tecnológicas, evidenciando o enorme potencial dos mecanismos de pricing baseados em sabedoria coletiva. Os utilizadores que participem agora podem lucrar não só com as negociações, mas também beneficiar de airdrops futuros de acordo com o seu nível de atividade. Acompanhar a evolução de plataformas como Polymarket, Azuro e Zeitgeist, participando ativamente na negociação e atividades comunitárias, permitirá estar na linha da frente desta vaga, gerindo sempre os riscos com prudência. O futuro destes mercados como instrumentos financeiros mainstream dependerá do contexto regulatório, do aperfeiçoamento da governação e da inovação tecnológica, mas é já certo que constituem um novo “campo experimental económico” para a disseminação de informação e tomada de decisão.