Paul Le Roux : entre mistérios criminais e especulações sobre o Bitcoin

Um suspeito controverso por trás do mistério Satoshi Nakamoto

Um documentário da HBO prestes a ser lançado, designando Peter Todd como Satoshi Nakamoto, reacendeu o debate sobre a identidade misteriosa do criador do Bitcoin, as chaves privadas associadas e os supostos vínculos entre Calvin Ayre, Paul Le Roux e Craig Wright.

Paul Calder Le Roux, ex-programador tornado barão do crime, tornou-se um suspeito importante em 2019 quando especulações sobre sua identidade como Satoshi emergiram. Para muitos observadores, ele representaria o candidato mais credível até hoje.

Indícios preocupantes em processos judiciais

Durante o processo Kleiman contra Wright, Craig Wright apresentou um pedido de uma ordem de proteção, com partes significativas redigidas. No entanto, uma nota de rodapé não censurada - o "Documento 187" - referia-se diretamente à página da Wikipédia de Paul Le Roux.

Este vazamento provocou uma verdadeira frenesi nos fóruns de criptomoedas e nas redes sociais. Muitas pessoas levantaram a hipótese de que Le Roux seria o cérebro por trás do Bitcoin, alguns teorizando que Wright teria obtido acesso aos discos rígidos e chaves de Le Roux.

Uma coincidência temporal reveladora

De forma intrigante, Satoshi Nakamoto desapareceu da esfera pública em dezembro de 2010 - apenas dois anos antes da prisão de Le Roux pelas forças de segurança americanas por tráfico de drogas, sete homicídios e liderança de um cartel criminal.

Adicionando crédito a essa teoria, um usuário anônimo do 4chan compartilhou a identidade de Le Roux emitida na República do Congo, onde ele usava o nome Paul Solotshi Calder Le Roux. O usuário afirmava:

"Bitcoin foi a criação de um gênio maligno, Paul Solotshi Calder Le Roux. Foi concebido como uma ferramenta de lavagem de dinheiro. Depois de abandonar o personagem de Satoshi, ele foi preso e agora cumpre uma pena de prisão perpétua."

Competências técnicas correspondentes ao perfil

Paul Le Roux tem um passado técnico significativo. Em 1999, ele criou o E4M, um software de criptografia de disco gratuito e open-source para Microsoft Windows, e às vezes é creditado pelo desenvolvimento do TrueCrypt, uma ferramenta semelhante. Essa expertise em criptografia corresponde às competências necessárias para desenvolver uma tecnologia como o Bitcoin.

Em uma reviravolta surpreendente em 2020, Le Roux confidenciou a um juiz federal de Manhattan que ele planejava lançar uma empresa legítima de hospedagem e venda de mineradores de Bitcoin. Ele afirmou ter desenvolvido mineradores ASIC avançados que superam amplamente os modelos existentes.

Uma teoria sem prova definitiva

Embora a sua experiência técnica e a cronologia dos eventos o tornem um candidato credível para ser Satoshi Nakamoto, as provas continuam a ser insuficientes para estabelecer uma ligação definitiva. As conexões sugeridas no caso Kleiman contra Wright levantam mais questões do que respostas.

O dossiê criminal de Le Roux está bem documentado: tráfico de metanfetamina, comércio de armas e direção de uma rede criminosa transnacional que se estende por vários continentes. Ele acabou se tornando informante da DEA após sua prisão em 2012.

Um elemento perturbador na teoria Le Roux-Satoshi diz respeito à importante reserva de Bitcoin atribuída a Satoshi Nakamoto, estimada em cerca de um milhão de BTC. Esta fortuna considerável, hoje avaliada em bilhões de dólares, permanece intacta e nunca foi movimentada.

É interessante notar que os pesquisadores observaram que nenhuma das empresas online de Le Roux aceitava Bitcoin como forma de pagamento, o que parece contraditório para alguém que teria criado essa moeda digital.

A verdadeira identidade de Satoshi Nakamoto continua a ser um dos maiores mistérios do mundo das criptomoedas, e o caso de Paul Le Roux continua a alimentar os debates na comunidade blockchain.