A China aperta as exportações de terras raras e tecnologia em meio ao aumento das tensões geopolíticas

A China está mais uma vez a reforçar o seu controlo sobre matérias-primas críticas e exportações de alta tecnologia. O Ministério do Comércio anunciou novas restrições à exportação de elementos terras raras e tecnologias de processamento relacionadas — uma medida que pode impactar significativamente as cadeias de abastecimento globais nas indústrias de defesa e semicondutores.

Pequim Introduz Controlo de Exportações Mais Rigoroso Na quinta-feira, o Ministério do Comércio da China revelou uma lista expandida de tecnologias que serão restringidas ou que exigirã uma licença de exportação. Estas incluem tecnologias de fabricação de ímãs de terras raras, essenciais para motores elétricos, sistemas de radar e microchips avançados. Pequim também proibiu empresas domésticas de colaborar com entidades estrangeiras sem aprovação oficial. Fabricantes estrangeiros que utilizam componentes ou maquinaria chinesa precisarão agora de licenças de exportação especiais para bens controlados. O ministério justificou a medida como um esforço para prevenir a transferência não autorizada de tecnologias estratégicas que poderiam ser utilizadas para fins militares.

A Dominância Global da China em Terras Raras A China detém um quase monopólio no mercado global de terras raras — produzindo cerca de 60% de toda a oferta minerada e 90% de todos os ímanes de terras raras. Os 17 elementos que compõem este grupo são essenciais para tudo, desde baterias de veículos elétricos até mísseis guiados e satélites. De acordo com o ministério, as novas restrições irão aplicar-se a uma gama mais alargada de ímãs e componentes que contêm estes materiais estratégicos. A China também irá apertar os controles de exportação sobre tecnologias de reciclagem, exigindo licenças especiais para o seu uso internacional. “Qualquer pessoa que esteja a adquirir equipamento da China pode não receber resposta nenhuma,” avisou Wade Senti, presidente da Advanced Magnet Lab, chamando a medida de “um claro sinal geopolítico.”

Sem Licenças para Indústrias de Defesa ou Semicondutores O ministério anunciou ainda que licenças de exportação não serão concedidas a empresas estrangeiras relacionadas à defesa. As aplicações relacionadas a tecnologias de semicondutores avançados serão analisadas individualmente e aprovadas apenas sob rigorosa supervisão. Enquanto Pequim insiste que as novas regras têm um "escopo limitado", os analistas alertam que até mesmo pequenas mudanças podem perturbar severamente as cadeias de abastecimento globais, especialmente nos EUA e na Europa.

As exportações aumentam, mas a incerteza permanece Apesar das regulamentações mais rigorosas, as exportações de ímãs de terras raras da China aumentaram 10,2% em agosto em comparação com julho, atingindo 6.146 toneladas métricas — o nível mais alto em sete meses. De acordo com os dados aduaneiros, o aumento seguiu-se a novos acordos comerciais entre a China, os EUA e a UE, destinados a atenuar os efeitos das restrições anteriores. No entanto, as exportações para os EUA caíram 4,7% mês a mês e quase 12% ano a ano, sinalizando uma fricção geopolítica persistente.

Uma Resposta Estratégica à Pressão dos EUA A medida de Pequim surge apenas um dia depois de os legisladores dos EUA exigirem restrições mais amplas às exportações de equipamentos de fabricação de semicondutores para a China. Um comitê do Congresso dos EUA sobre a China relatou que discrepâncias nas regras de exportação entre os EUA, Japão e Países Baixos permitiram que empresas não americanas continuassem a vender ferramentas essenciais para a fabricação de chips a empresas chinesas. As ações mais recentes da China sublinham a sua disposição para usar o seu domínio no setor de terras raras como uma arma estratégica na rivalidade tecnológica global.

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